Durante esta semana, a Igreja foi convidada a rezar por uma vocação mais
específica, nomeadamente pelas vocações sacerdotais. A Igreja centrou os seus
olhos nos seminários, seus formadores e seminaristas. Ainda hoje, Deus continua
a chamar para dar continuidade ao seu projecto de amor. Chama-nos a nós -
seminaristas, não porque temos muitas qualidades ou dons excepcionais mas porque
ama e porque esta é a sua vontade.
Estou no seminário dos Olivais, no Patriarcado de Lisboa, e neste primeiro
período foi-me pedido pelos responsáveis para estar ligado à Pastoral das
Vocações. Esse trabalho resume-se em visitar paróquias da Diocese de Lisboa,
onde partilhamos com os jovens e com toda a comunidade um pouco acerca da
Vocação. Uma das perguntas mais frequentes que me dirigem é: “Como é que eu
senti o chamamento de Deus?”. Eu costumo responder que não tive qualquer
aparição, mas que fui percebendo que Deus me chamava ao seminário através de
pessoas concretas que foram passando pela minha vida, que foram sinais de Jesus
para mim. Muitas vezes, não sabemos onde procurar a voz de Deus e esquecemo-nos
que os outros são instrumentos de Deus para nós e que Ele serve-se dos nossos
amigos para nos falar.
Ainda vou no início desta caminhada, mas para mim estes dois anos e alguns
meses têm sido muito felizes. Tem sido um caminho de descoberta da pessoa de
Jesus Cristo - que me ajuda a conhecer-me melhor a mim próprio.
O seminário é “um lugar privilegiado” de encontro com Jesus, pois é nesse
encontro; no silêncio e na intimidade com Ele, que vou descobrindo o sentido
para a minha vida. No seminário não caminhamos sozinhos, caminhamos em
comunidade, onde aprendemos a crescer na comunhão fraterna, no amor a Deus e ao
seu povo. Estar no seminário é estar disponível para o que Jesus quiser de mim, por isso coloco-me diante d´Ele tal
como Maria diante de Deus: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra.” É na verdade
um caminho em que os colocamos e lhe entregamos toda a nossa vida para aquilo
que Ele nos pedir.
André Beato
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